Estudo sobre reações adversas a medicamentos no Hospital Metropolitano ganha destaque internacional

 em Educação em Saúde

O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, gerido pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), obteve destaque no 4º Congresso Brasileiro de Farmacoterapia e Farmácia Clínica, realizado de forma online entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro. O estudo, focado na análise de reações adversas a medicamentos, foi publicado nos anais internacionais do evento, reforçando o compromisso do hospital com a excelência na saúde pública. 

Segundo Felipe Piris, coordenador da Farmácia Clínica do Hospital Metropolitano, o trabalho surgiu como uma extensão do serviço de farmacovigilância que é realizado no hospital desde setembro de 2022. O objetivo é estudar e compreender as reações adversas a medicamentos como forma de prevenir esses eventos. “Em última instância, a farmacovigilância visa o uso seguro dos medicamentos, em que os benefícios são maiores do que os riscos associados”, disse. 

A pesquisa foi conduzida por Felipe e também pelos colaboradores da PB Saúde Laisla Peixoto, Rayssa Marques, Renata Nóbrega e Flávio Nóbrega. O trabalho consiste na análise de 45 casos de reações adversas em pacientes com tratamento neurológico e cardiológico entre 2022 e 2024. 

“Buscamos rastrear todos os casos em que houve um desfecho negativo a partir do uso de um medicamento, a exemplo de uma diarreia, um sangramento, um tremor, um broncoespasmo, entre outros. A partir destes dados, fizemos uma análise dessa reação adversa, verificando o lote, a validade e o fabricante do produto; a dosagem conforme indicação; quando foi o início e o término do tratamento; se outro medicamento foi aplicado durante este período, entre outros dados obtidos no prontuário eletrônico e quando aplicável, através de entrevistas com paciente e profissionais envolvidos na assistência”, explica Felipe.

A partir dos dados coletados, os pesquisadores puderam analisar a incidência das reações por tipo de medicamento, por faixa etária, pelo sexo do paciente, por gravidade da reação, e por causalidade – a relação causal entre o medicamento e a relação adversa. 

“Com essa pesquisa, demonstramos que o farmacêutico clínico tem um papel fundamental na equipe multidisciplinar, atuando na farmacovigilância e garantindo, assim, a segurança do paciente e a eficácia da terapia medicamentosa”, relata Rayssa Marques, farmacêutica e uma das autoras da pesquisa.

Para o coordenador da Farmácia Clínica do Metropolitano, além da publicação internacional do resultado da pesquisa, o estudo também já gerou melhorias para os pacientes atendidos no hospital.

“Um dos resultados do nosso trabalho foi a padronização da infusão da vancomicina, após pactuação com a liderança e diretoria médica, usando o dispositivo denominado bomba de infusão contínua em todo hospital para que o tempo de administração ocorra dentro da recomendação e minimize o risco de reações infusionais. A maior parte das reações notificadas, 35% das que identificamos, foram associadas à vancomicina, e isso nos motivou a buscar uma solução para minimizar esses eventos”, explica Felipe.

O conhecimento dos dados gerou a criação de um protocolo para saber se o antimicrobiano está em um nível sérico tóxico, terapêutico ou subterapêutico nos pacientes, para para garantir a individualização da dose e otimização do efeito terapêutico da vancomicina com maior segurança aos pacientes.

O Hospital Metropolitano, sendo uma referência em alta complexidade na Paraíba, também tem se destacado pela produção científica que auxilia na criação de protocolos mais seguros para o Sistema Único de Saúde (SUS). Este trabalho reflete o compromisso da equipe em aprimorar continuamente a assistência aos pacientes.

Com a publicação do estudo nos anais internacionais, o hospital reafirma sua posição de vanguarda na saúde pública paraibana, promovendo melhorias significativas no cuidado com os pacientes e na segurança do uso de medicamentos.

“Importante ressaltar, ainda, sobre a importância da notificação na segurança local e global acerca do uso de medicamentos. Os casos elegíveis, conforme gravidade e causalidade, identificados no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, foram notificados à ANVISA e à OMS através de envio ao Centro de Monitoramento de Uppsala, na Suécia”, completou Felipe.

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