Hospital Metropolitano realiza 8º transplante cardíaco de 2025, e Paraíba zera lista de espera por coração

 em Transplantes

A manhã desta quinta-feira (25) marcou um momento histórico para o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires e para a saúde pública da Paraíba. A unidade, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), realizou o 8º transplante cardíaco de 2025, e pela primeira vez, o estado zerou a lista de espera por transplantes de coração. 

Essa conquista foi possível graças ao sim da família de um paciente de 34 anos, vítima de traumatismo cranioencefálico, que autorizou a doação de múltiplos órgãos: coração, rins e córneas, captados no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. 

Francisco Henrique Fernandes, de 64 anos, morador do Cristo Redentor, em João Pessoa, e natural de Catolé do Rocha, no Sertão, foi o paciente que recebeu o coração. Ele estava na lista de transplantes há apenas 13 dias. 

“Francisco é portador de uma miocardiopatia dilatada idiopática, então ele tem insuficiência cardíaca avançada, cansava com atividades habituais. Estava com fração de ejeção de 19%, bastante reduzida, já com insuficiência mitral associada. Além disso, a doença já tinha avançado, estava com insuficiência renal crônica, em tratamento conservador, e com repercussão no pulmão dele, então graças a Deus conseguiu esse transplante cardíaco em pouco tempo”, explicou a médica cardiologista Tauanny Frazão, que acompanha Francisco.

O paciente explicou que é cardiopata desde 2002, e que nas últimas décadas passou por dois acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e dois procedimentos de cateterismo. Antes do transplante, já não estava conseguindo realizar nenhuma atividade, por cansar bastante. 

“Estou bastante feliz de ter recebido esse órgão, espero poder me recuperar bem e conseguir voltar a fazer atividades simples como até mesmo subir escadas, que já não conseguia. Além disso, desejo que a família deste doador tenha muita saúde, pois sei que não é fácil fazer essa escolha da doação em um momento tão difícil”, disse.  

O transplante foi realizado sem intercorrências, e Francisco já está em recuperação pós-cirúrgica na UTI. 

Com este transplante, o oitavo de 2025, e além do recorde anterior de 2024, que foi de seis procedimentos, a Paraíba zera, pela primeira vez na história, a lista de pessoas que aguardam um transplante cardíaco no estado. Um momento histórico, sobretudo por acontecer exatamente durante o mês de setembro, em que se realiza a campanha de conscientização para a doação de órgãos.

Para o diretor superintendente da PB Saúde, Jhony Bezerra, esse marco representa o resultado do esforço conjunto entre vários entes.

“A Paraíba hoje é referência no transplante de órgãos graças ao trabalho realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, em conjunto com a Central de Transplantes e a PB Saúde. É um orgulho para os paraibanos a gente poder chegar ao fim do mês de setembro, que é o mês de conscientização sobre a doação de órgãos, zerando pela primeira vez a lista de espera por um transplante cardíaco. Isso também é possível graças ao trabalho de conscientização da população para a doação. Foi por causa do sim de uma família, que teve a solidariedade de em um momento de dor autorizar a doação de múltiplos órgãos, que conseguimos chegar a este momento. É um ato de amor que faz toda a diferença”, disse. 

O secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, reforçou que o feito é motivo de orgulho para toda a Paraíba.

“Este resultado mostra a capacidade e o compromisso da saúde pública da Paraíba em salvar vidas. Zerar a lista de espera por um coração é um marco que coloca o estado em posição de destaque nacional. Nosso reconhecimento vem da sensibilidade da gestão em apoiar o serviço, às famílias doadoras, que transformam dor em solidariedade, e a todos os profissionais envolvidos nesse processo”, afirmou.

Já para a diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Rafaela Dias, o momento representa uma vitória coletiva.

“Zerar a lista de espera por um coração significa esperança, vida nova e um símbolo de que o trabalho da Saúde da Paraíba, através da Central Estadual de Transplantes tem alcançado resultados cada vez mais expressivos. É um marco que só se torna possível graças ao gesto generoso das famílias doadoras, à dedicação das equipes de saúde e à estrutura que Governo do Estado consolidou nos últimos anos”, destacou.

Desde 2019, a Paraíba tem avançado de forma consistente na política de doação de órgãos e transplantes, com investimentos em capacitação profissional, fortalecimento do serviço nas unidades hospitalares e a aquisição de duas aeronaves, utilizadas para auxiliar na logística de transporte de equipes e órgãos. O Hospital Metropolitano, inaugurado em 2018, é a única unidade da rede pública da Paraíba habilitada para realizar transplante cardíaco adulto. O serviço conta com uma equipe experiente, estrutura moderna e uma rede articulada com a Central Estadual de Transplantes, o Corpo de Bombeiros, a rede hospitalar e os órgãos de gestão estadual. Em 2025, já são oito transplantes cardíacos, de um total de 19 transplantes cardíacos realizados na história do hospital.

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