Hospital Metropolitano realiza cirurgia inédita para retirada de um tumor raro em criança de 5 anos

 em Alta Complexidade

Uma cirurgia inédita foi realizada com sucesso no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, para remoção de um tumor no cérebro de uma criança de apenas 5 anos. O tumor raro estava localizado na região pineal – região do cérebro da parte central. Segundo estudos a doença acomete 3% de pacientes pediátricos, sendo que desse total, mais da metade não necessita de procedimento cirúrgico, sendo tratados por meio da radioterapia e quimioterapia, apenas nos casos mais graves, realiza-se a intervenção.

De acordo com o neurocirurgião Gustavo Porto, no primeiro momento a criança foi tratada, em outro serviço de saúde, para hidrocefalia, o que é comum a associação de tumores na região cerebral. “Thalles chegou à nossa instituição para continuarmos uma investigação sobre a patologia que o acometia. Concluímos que a lesão não responderia bem a radio ou quimioterapia, então optamos pela cirurgia. Ele não é o primeiro paciente que a gente acompanha no Hospital Metropolitano com esse tipo de tumor, houveram outros três, mas é o primeiro a operarmos. Foi um desafio para toda equipe, mas obtivemos êxito, e isso nos deixa feliz”, esclareceu o médico.

O procedimento, considerado de alta complexidade, contou com uma equipe formada por neurocirurgiões, anestesista, instrumentador, enfermeiro e auxiliares técnicos, além do uso do microscópio Zeiss Pentero 800, um dos mais modernos equipamentos na área de neurocirurgias. “Todo o procedimento durou em média 6 horas. Foram 1h30m só para garantir que ele estava na melhor posição possível para não machucar o cérebro. Utilizamos o microscópio porque são lesões muito profundas dentro dessa região, e ele nos fornece muita luz e aumento necessários para garantir um bom resultado e promover qualidade de vida ao paciente”, explicou o neurocirurgião, Fernando Gondim.

A mãe de Thalles, Karoline Santos, recordou que enquanto aguardava a conclusão da cirurgia recebeu assistência pela equipe da Psicologia e apoio de outras mães. “Eu me lembro que estava muito aflita, mas a rede de apoio que encontrei aqui no Metropolitano me trouxe confiança de que tudo daria certo. Em nenhum momento eu e meu filho ficamos desassistidos. Eram palavras de incentivo, vindas não só dos profissionais, mas de outras mães também, e isso me confortou. Sou grata a Deus por esse hospital e cada profissional que aqui atua, onde eu for vou dar testemunho do que vivemos aqui”, narrou Karoline, agente de limpeza urbana da orla da capital.

Após sete dias da fase operatória, o pequeno paciente pôde retornar à sua casa e família. “Foi uma cirurgia de grande porte, e ele recebeu até uma alta precoce, em média uma semana, mas porque reagiu muito bem. Nos primeiros dois dias tudo ocorreu como a gente esperava, ele teve um pouco de dificuldade de mexer os olhos para cima e para baixo, por conta do inchaço na região, mas na ocasião da alta ele já estava com recuperação praticamente total. E o liberamos sem a prescrição de uso de medicamento, o que é bastante positivo”, pontuou o neurocirurgião Gustavo Porto.

Ainda sobre os métodos utilizados, Karoline, mãe do paciente, elogiou todos os recursos aplicados no tratamento. “O médico me explicou que usaram um tipo de fio que absorve com o tempo, para não precisar retirar depois e evitar um sofrimento desnecessário no meu filho, isso me encantou e mostrou todo o cuidado que a equipe tem nos mínimos detalhes para com os pacientes, e eu tenho visto o quanto o meu filho tem apresentado uma ótima recuperação”, acrescentou.

Para o diretor geral da unidade, Antônio Pedrosa, a equipe de Neurocirurgia, assim como a de Neurologia do Hospital Metropolitano, vem promovendo ações de assistência em saúde que têm feito a diferença na vida dos paraibanos. “Com aparato tecnológico de última geração e profissionais altamente qualificados, já realizamos em nossa unidade os mais complexos tipos de tratamentos neurológicos, a exemplo de microcirurgia de tumores, como também aneurisma cerebral, além das cirurgias complexas de coluna vertebral, entre outras. Já foram centenas de casos complexos adotados e bem sucedidos através das nossas equipes. Essa de fato tornou-se uma cultura da nossa instituição, em prestar uma assistência qualificada de maneira humanizada”, concluiu.

Neurocirurgia – Dados: De abril de 2018 a setembro de 2021 o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires realizou mais de 2.100 mil cirurgias neurológicas. Sendo 1.600 em adultos e cerca de 480 pediátricas.

Patologia Rara – Meningocele Frontal: Já foi tratado na unidade de saúde uma patologia rara que se caracteriza pelo deslocamento frontal congênito do crânio através de procedimento cirúrgico em uma criança de apenas 7 meses. A correção do defeito da falha óssea e a reconstrução de toda parte frontal do crânio, ocorreu sem intercorrências. A instituição de saúde foi a primeira a realizar esse tipo de procedimento pelo SUS no Estado da Paraíba.

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