Hospital Metropolitano realiza primeiro exame de FFR e evita cirurgia cardíaca complexa em adolescente de 15 anos

 em Inovação

O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, pertencente à rede estadual de saúde e gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), alcançou mais um marco na assistência cardiológica ao realizar, no domingo (15), pela primeira vez, o exame de Reserva de Fluxo Fracionada (FFR), considerado um dos métodos mais modernos para avaliação funcional das artérias coronárias. 

A paciente foi Emilly Vitória, uma adolescente de 15 anos, moradora de Santa Rita, que há dois anos é acompanhada na unidade hospitalar por conta de uma anomalia congênita nas artérias do coração.

De acordo com o cardiologista intervencionista, Fabrício Leite, a paciente apresenta uma variação anatômica rara: sua artéria coronária esquerda nasceu do lado direito do coração e segue por um trajeto que pode sofrer compressão e causar obstrução ao fluxo sanguíneo. E devido aos episódios de dor torácica que ela vinha apresentando, levantaram a suspeita de isquemia, o que poderia indicar a necessidade de uma cirurgia cardíaca de grande porte.

“O FFR foi fundamental para a tomada de decisão. Essa paciente tem uma variação anatômica da coronária. A coronária esquerda dela sai do lado direito e segue por um trajeto que pode ter obstrução. Como ela estava apresentando dor torácica, fizemos o FFR para investigar. Avaliamos o fluxo coronário em condições basais e, depois, sob estímulo com dobutamina, que simula um esforço físico. O resultado foi um teste negativo: o fluxo se manteve normal, sem alteração. Isso significa que, neste momento, ela não precisa de cirurgia cardíaca”, explicou o especialista.

Segundo a mãe de Emilly, Iris Morais, ao saber da necessidade da realização do exame, ficou bastante preocupada por achar que teria que viajar para outros estados. 

“Quando o médico falou desse exame, eu fiquei muito preocupada, porque ele disse que só tinha no Rio de Janeiro ou em São Paulo. Mas graças a Deus e ao empenho da equipe daqui, ela conseguiu fazer aqui mesmo no Metropolitano. Foi tudo muito rápido, e fomos muito bem tratadas. Minha nota é mil para todo mundo do hospital. Só temos a agradecer”, contou Iris. 

Iris disse ainda que antes do exame, sua filha vivia com várias restrições nas atividades físicas e nas tarefas do dia a dia, por conta das dores no peito. Agora, com o diagnóstico seguro, a equipe médica iniciará um plano de reabilitação para que ela possa, aos poucos, retomar uma vida mais ativa.

Emilly também fez questão de falar sobre a experiência. “Eu fiquei nervosa no começo, mas a equipe foi muito legal comigo. Me explicaram tudo o que iam fazer, o que estavam mexendo. Isso me deixou mais tranquila. Desde a primeira consulta até agora, fui muito bem tratada”, relatou a jovem.

Para a diretora do hospital, Louise Nathalie, a realização do primeiro FFR no Hospital Metropolitano representa um avanço para a saúde pública da Paraíba, ampliando o acesso da população a tecnologias diagnósticas de alta complexidade, antes restritas a grandes centros de referência nacional.

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