Tratamento Humanizado: Equipe de enfermagem do Hospital Metropolitano leva paciente sob cuidados paliativos para contemplar o pôr do sol

 em Humanização

Qual a importância do pôr-do-sol para sua vida? O que para muitos pode passar despercebido, até mesmo pela correria do dia a dia, para outros tem muita importância, principalmente para quem está internado num hospital sob cuidados paliativos. Como é o caso da paciente, Adenice Bernardo, de 54 anos, internada no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), e pertencente à rede estadual.

Sensibilizados com a situação da paciente e como forma de amenizar o sofrimento dela e dos familiares, os enfermeiros da unidade, Gerson e Lívia, que estavam no plantão da última terça-feira (13), atenderam ao pedido da família para que ela juntamente com o seu filho Jefferson Bernardo contemplassem o pôr do sol, na área de convivência do hospital. O que para Jefferson foi um momento de muita emoção e ao mesmo tempo bastante difícil, pois sua mãe pedia insistentemente para voltar para casa e ele não podia atendê-la. 

“Naquele momento eu não conseguia tirar ela do hospital e levar para casa e  eu me senti nessa missão de poder confortar ela. Foi quando minha esposa teve a ideia de levá-la para a área externa na cadeira de rodas. Só que devido à condição física dela, não foi possível levar de cadeira de rodas, mas o enfermeiro disse que tinha condição de levá-la na cama”, contou Jefferson. 

 Jefferson relatou que aproveitou a oportunidade para relembrar junto à mãe vários momentos que ela viveu, tentando fazer o máximo para ela imaginar que  estava na casa dela, se balançando na rede como gostava de fazer após o almoço. Ele disse que tudo conspirou a favor, pois até o vento estava parecendo com o vento da praia. “Naquele momento estava um vento bem parecido com o vento de uma praia, de estar ali na beira do mar, então tentei trazer esse sentimento para ela, pedi para ela fechar os olhos e fui falando, para ela imaginar na casa dela, deitada na rede. E isso para ela, pareceu ser uma realidade tão imensa que ela acabou acreditando nisso e fica me questionando como foi que eu fiz para levá-la tão rápido para casa”, relatou Jefferson. 

Ele disse ainda que foi muito gratificante poder confortar a mãe psicologicamente, devido a um momento tão difícil que ela está passando. “E é isso, eu me sinto com a missão cumprida, como filho, que ama muito minha mãe, poder confortar ela numa situação tão difícil, que é a questão da enfermidade. Realmente eu senti o acolhimento do hospital em trazer esse conforto não só para ela, mas para a família”, comentou. .

Adenice foi diagnosticada com uma mielite transversa (uma síndrome inflamatória, relativamente rara, que afeta os nervos periféricos da medula espinhal) e, de acordo com a coordenadora de enfermagem da UTI e Internação Clínica e membro presidente da Comissão de Cuidados Paliativos, Márcia Germana, na condição clínica em que se encontra a paciente não há indicação de nenhum procedimento cirúrgico, e sim de tratamento clínico, consistindo nos cuidados paliativos que são: manutenção da analgesia para o controle da dor e controle da dispnéia, além de visitação estendida para familiares via serviço social.

Conforme ressaltou a Dra. Ana Carla Porto, médica paliativista do Hospital Metropolitano, a principal ação do cuidado paliativo é validar a vida até o momento da morte, inserindo também os familiares nesses cuidados. “O cuidado paliativo é uma abordagem multidimensional, que centraliza o paciente no plano de cuidado frente a uma doença ameaçadora de vida. A família é inserida nestes cuidados, também sendo abordada pela equipe da comissão de cuidados paliativos. A principal ação do cuidado paliativo é validar a vida até o momento da morte”, ressaltou Ana Carla.

Ana Carla pontuou ainda que “os impactos dos cuidados paliativos são a melhoraria da qualidade de vida, diminuindo os incômodos que a doença avançada cause na rotina do paciente e da sua família. Aumenta o vínculo com a equipe de saúde e promove acolhimento aos pacientes e familiares em seus momentos difíceis do tratamento até mesmo o luto”.

Para o diretor superintendente da PB Saúde, Ari Reis, quando se fala em humanização da Saúde, fala-se na busca pelo melhor atendimento possível aos pacientes e também seus familiares e, essa busca tem sido um dos principais objetivos de todas as unidades gerenciadas pela PB Saúde. “Embora seja nossa obrigação acolher e atender bem nossos pacientes, momentos como esse que foi proporcionado para a senhora Adenice e o filho Jeferson, nos faz ter mais orgulho do SUS e nos mostra que estamos no caminho certo. Pois, já não é uma situação confortável para quem procura os serviços de saúde, então, é nossa obrigação acolher e atender bem quem procura os nossos serviços”, enfatizou o gestor.  

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