Cuidados Paliativos: Hospital Metropolitano realiza ações educativas com foco no alívio da dor e promoção de bem estar biopsicossocial

 em Humanização

Falar sobre cuidados paliativos é trazer à tona a importância de promover conforto, dignidade e alívio da dor diante de uma doença que ameace a vida. Na manhã da última terça-feira (18), os profissionais da equipe multidisciplinar que atuam no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde – PB SAÚDE, foram surpreendidos com uma ação educativa sobre esse tipo de cuidado, que é tão importante para aliviar o sofrimento em qualquer dimensão: física, espiritual, psíquica ou social. 

Quem conhece bem a importância desse cuidado é Ivone do Nascimento, de 55 anos, nora e acompanhante da paciente Josefa Alves, de 85 anos, que está na Internação Clínica do Metropolitano recebendo cuidados paliativos pela equipe médica e multidisciplinar, em decorrência de um AVC. “O atendimento aqui é muito bom, vocês são cuidadosos e têm muito carinho com a gente, vejo que vocês têm a maior preocupação de chamar a família a passar tudo que está acontecendo com ela para a gente, isso é muito importante e gratificante. Conversaram várias vezes com os filhos dela sobre os procedimentos que iam ser feitos, então nós só temos a agradecer tudo que estão fazendo para proporcionar conforto a minha sogra”, relatou Ivone. 

As enfermarias e UTIs, clínicas e neurológicas, foram os locais escolhidos para iniciar a ação educativa, tendo em vista que estes setores são os que mais recebem pacientes candidatos ao cuidado paliativo. O foco dessa ação foi debater com os profissionais sobre os princípios que norteiam os cuidados paliativos, por meio de um quiz de perguntas com mitos e verdades sobre o tema. Após o quiz, foram entregues panfletos informativos e um brinde na forma de uma borboleta, já que o artrópode é o símbolo utilizado pelas campanhas de cuidados paliativos.

Ao longo da conversa que se desenrolou durante o quiz, a coordenadora de Psicologia do Metropolitano, Vaneide Delmiro, trouxe o relato de um paciente para lembrar a importância de proporcionar conforto e alívio da dor mesmo quando as possibilidades terapêuticas ficam escassas. “Hoje quando a gente foi acompanhar um familiar para realizar o reconhecimento do corpo de seu ente querido, ele me falou uma coisa que tem tudo a ver com os cuidados paliativos. Ele disse que agradecia muito pelos cuidados que tivemos, porque seu pai morreu com dignidade neste hospital, e isso é muito importante, levar essa dignidade ao longo de todo tratamento”, contou a psicóloga. 

Para realizar o tratamento paliativo por meio de protocolos e instruções formais, no dia 4 de outubro foi criada a Comissão Multidisciplinar de Cuidados Paliativos no Hospital Metropolitano. A comissão é integrada por coordenadores e responsáveis técnicos da equipe multidisciplinar do hospital, que atuam nas áreas de: Odontologia, Serviço Social, Medicina, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia e Enfermagem. 

Segundo a presidente da Comissão, Márcia Germana, é necessário quebrar o tabu que envolve o tema. “Muitas pessoas acham que quando entramos no cuidado paliativo não se tem mais nada a fazer pelo paciente, mas pelo contrário, nós como equipe multidisciplinar temos muito a fazer. Dar conforto e qualidade de vida, quer seja em uma paliação que vai durar muito tempo, ou em um processo de finitude de vida. Nós vamos assisti-lo com medidas de conforto, alívio da dor, reflexões psicológicas e espirituais voltadas ao paciente e à família, para que eles possam ter a compreensão daquela fase que o paciente vive”, explicou Márcia, que também é coordenadora de Enfermagem da UTI e Internação Clínica.

No fim do dia, às 20h, a programação ficou por conta da Educação Permanente em Saúde que promoveu um treinamento intitulado “Concepção sobre Cuidados Paliativos: uma abordagem multidisciplinar”, ministrada pela médica paliativista do Metropolitano, Ana Carla Porto, e pela enfermeira e ex-colaboradora do Metropolitano, Maria do Carmo Marques, que atualmente é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Bioética e Cuidados Paliativos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

De acordo com Ana Carla Porto, o cuidado paliativo foca no indivíduo e não na doença. “O tratamento busca aliviar o sofrimento em qualquer dimensão: física, espiritual, psíquica, ou social. Além disso, visa trazer a família para o cuidado e oferecer apoio para reabilitação, diminuindo os impactos das doenças avançadas e altamente limitantes na qualidade de vida do paciente” relatou a médica, acrescentando que a formação trouxe conceitos básicos de uma abordagem multidisciplinar e objetiva para sedimentar os conhecimentos sobre a especialidade e introduzir práticas a serem difundidas nos serviços da unidade hospitalar.

Borboleta como símbolo de Cuidados Paliativos: A Fundação do Câncer divulgou que a borboleta é o símbolo de cuidados paliativos por viver pouco tempo. Mas, nesse pouco tempo, poliniza as plantas, embeleza a natureza e deixa as pessoas felizes. Ela é um exemplo de que a vida não se mede só em tempo, mas em intensidade. Foi uma iniciativa para conscientização do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, celebrado em 9 de outubro.

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